Introdução
“Ensina-nos a contar nossos dias de tal maneira
que alcancemos corações sábios” Salmos 90:12
Por mais conhecimento que possamos adquirir
em salas de aula, congressos, workshops e muita
leitura, não são suficientes para nos proporcionar
sabedoria para obtermos respostas para as mais
diversas questões da vida.
Hoje, aos cinquenta anos de idade, mais de
vinte e três de casamento e filha casada, consigo
compreender com um pouco mais de clareza o que o
salmista compartilha acima.
Somente a medida com que os dias se vão, e
vencidos os desafios que a vida nos apresenta, temos
condições de pinçar as lições que aprendemos nestes
momentos, que na grande maioria das vezes, só traz
dor e tristeza.
Quando entendemos que a sabedoria só
alcança quem está aberto a aprender, seja com a vida,
seja com as mensagens Bíblicas seja até mesmo com
as experiências de terceiros, mas se conseguirmos
aprender alguma coisa, acredito que estamos no
caminho certo.
Certo dia mergulhei em minhas primeiras
lembranças de quando eu era criança, imagens um
pouco embaçadas pelos anos, mas com forte
significado emocional em minha vida.
Lembrei-me que meus avós paternos eram
caseiros em uma linda chácara na ilha de Paquetá -
RJ, e sempre que possível eu passava dias ou meses
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com eles. Tive uma infância intensa, com direito a ser
mordido por um cão e quebrar a cabeça pulando de
uma ponte na praia, entre outras ações muito
características de uma criança saudável e bem levada.
Aprendi valores morais, familiares e espirituais
com as pessoas a minha volta, pude testemunhar
várias situações boas e más que aconteceram em
minha família, mas nenhuma delas foi forte suficiente
para determinar em quem eu me tornaria como
indivíduo, pois afinal de contas Deus nos criou únicos,
por mais que nos pareçamos com nossos parentes
próximos, somos especialmente diferentes.
Convivi com pessoas que aparentemente eram
felizes, sorrindo sempre, enquanto na verdade, suas
almas choravam de amargura durante a madrugada,
eram escravas da dor. Dor esta que era provocada por
inúmeros abusos físicos e emocionais que sofreram
durante anos, e não conseguiam ser felizes em seus
relacionamentos, por que não conseguiam externar o
que lhes havia machucado, começando por seu
convívio com seus pais e posteriormente em sua vida
conjugal, porque estavam incompletas como se
faltasse algo dentro de si.
Quando completei meus onze anos, nossa
família foi surpreendida por uma triste notícia, meus
pais estavam se divorciando, e todo o cenário de um
ambiente seguro e feliz de família que eu havia
idealizado para meu futuro, estava desmoronando.
Sem direito a opinar, eu precisava assimilar o
impacto e continuar vivendo minha vida com os pais
separados, e ao longo desta jornada, pessoas foram
sendo introduzidas em minha vida mesmo sem que eu
concordasse, como por exemplo: Padrasto e
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madrasta, que apesar de serem boas pessoas, não
eram meus pais.
Com a separação, comecei a trabalhar ainda
garoto, por volta dos doze anos, minha adolescência
foi brutalmente suprimida pela responsabilidade de ter
que trabalhar e ajudar em casa da melhor forma
possível, não pude viver meus momentos de
“adolescente rebelde” e tomar umas palmadas por agir
de maneira errada, porque não havia a presença
paterna em casa nem para ajudar e muito menos para
corrigir.
Foi duro crescer assim, muitas cicatrizes
emocionais surgiram, conquistei várias vitórias no
campo profissional, espiritual e familiar, mas
certamente eu e minha irmã poderíamos ter ido muito
mais longe se tivéssemos uma família funcional e
unida, com cada elemento cumprindo seu papel.
Obviamente não posso colocar nos ombros dos
meus pais os resultados negativos que eu tive,
conheço pessoas com famílias com adversidades bem
piores das quais enfrentei e os filhos se tornaram,
médicos, engenheiros, grandes homens e mulheres de
negócios, a vida profissional bem-sucedida foi uma
resposta positiva em suas vidas, mas também conheço
pessoas que passaram grandes dificuldades em sua
casa, se realizaram profissionalmente, se casaram
mas estão psicologicamente acorrentadas ao passado,
prisões estas que os limitam, e os motiva a se
superarem como maridos, esposas e pais.
Naquele momento de minha vida conversei com
Deus e pedi que Ele me ajudasse a cumprir uma
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promessa que eu fiz comigo mesmo o tendo como
única testemunha:
“Que eu me tornasse o marido que minha mãe
não teve e o Pai que eu não tive”.
Os anos se passaram, e minha irmã se casou,
ficando apenas eu, minha mãe e padrasto na mesma
casa, a convivência era tranquila, havia o respeito
entre nós, três anos depois do casamento de minha
irmã, eu estava me casando com Dione, e eu não
imaginava como este momento mudaria minha vida
para sempre.
Como todos os casais tivemos dificuldades, mas
nada que pudesse levar ao fim do casamento, claro
que por um momento pudesse ter passado em nossas
mentes, mas eu me lembrava da promessa.
“Preciso ser o marido que minha mãe não teve”
E Deus com seu amor e graça, colocava tudo
no lugar.
Em 2022, completaremos vinte e seis anos
juntos e vinte e quatro de casamento, somos felizes
sim, porque entendemos que, quem nos uniu foi Deus
e não nós que optamos em viver um com o outro.
Ainda enfrentamos alguns desafios, a covid-19
veio para nos testar, neste período de isolamento
social, muitas casais se separaram, e como estamos
mais maduros para ouvir um ao outro e tomarmos as
decisões necessárias juntos, decidindo o que pode ser
melhor para nossas vidas como casal, passamos pelo
pior momento da pandemia de forma bem tranquila.
Estou compartilhando uma pequena parte da
história da minha vida com você prezado leitor, para
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que você possa ter um outro ponto de vista de como
Deus age na vida daqueles que o colocam em lugar de
destaque em suas vidas e os convidam para cuidar
delas, Deus é especialista no assunto chamado
família.
Geralmente muitos filhos, acabam replicando os
problemas familiares de seus avós ou pais em seus
casamentos, pensando ser normal na família, mas na
verdade não deve ser.
Casamento não pode ser considerado um
laboratório de experiências onde testamos várias
fórmulas descartando aquelas que consideramos
ruins. Lembre-se que até mesmo os melhores
medicamentos têm seus efeitos colaterais.
Sendo assim, o que podemos fazer para que a
partir do momento em que diante de Deus dizemos
“Sim, aceito!” para que o relacionamento entre marido
e mulher possa ser bem-sucedido e ambos possam
não somente ter um relacionamento saudável e juntos
possam ensinar os seus filhos os mesmos valores que
regem suas vidas?
A resposta a esta questão é bem simples, basta
amar de verdade. Amar como Deus nos ama, perdoar
como Ele nos perdoa, respeitar como Ele nos respeita
ao ponto de conceder ao homem o direito de escolher
servi-lo ou não.
O casamento feliz, é aquele que tem suas
raízes na palavra de Deus, e ao longo desta obra,
você mergulhará em várias situações que certamente
o confrontarão, talvez você até mesmo discorde, é seu
direito, mas o que apresento nesta obra, não é uma
visão do Pastor e homem Robson, mas o que a Bíblia
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orienta que façamos para que com o passar dos anos
de relacionamento a dois, tenhamos alegria e prazer
de estar com a pessoa amada, e não levando um
casamento falido apenas por aparência.
“Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno,
está com os que o temem e a sua justiça com os filhos
dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança e
se lembram de obedecer aos seus preceitos.”
Salmos 103:17-18
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Capítulo 1
A importância da sua Família
Quando abordamos o assunto família referimonos a relacionamentos, vida em comum entre
indivíduos com emoções diferentes, hábitos diferentes,
personalidades diferentes, mas um objetivo em
comum. Ser uma família feliz.
A família tem suma importância na sociedade,
ela é a célula-mãe da mesma, é indispensável para
sua formação, para o seu fortalecimento e
consequentemente para o seu desenvolvimento. Não
existiriam comunidades, bairros, municípios, país e
igreja sem a existência da família.
Dentro do convívio no lar, é compartilhado
carinho, amor e respeito. Neste mesmo ambiente é
ensinado conduta moral e religiosa, aprendemos a
enfrentar as dificuldades em conjunto, e entendemos a
importância de um relacionamento saudável, pois viver
sozinho não é impossível, mas certamente bem mais
difícil para o ser humano, afinal de contas o homem
não foi criado para viver só.
Então o Senhor Deus declarou:
"Não é bom que o homem esteja só; farei para
ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".
Gn 2:18
Após Deus criar tudo o que conhecemos, Ele,
como todo grande arquiteto, decidiu coroar sua obra
maravilhosa de uma forma especial, resolveu criar o
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homem e lhe deu o nome de Adão, algum tempo
depois, observado que todos os animais que criara,
havia macho e fêmea, então Deus decide lhe dar uma
esposa, uma mulher que estivesse ao seu lado e que o
ajudasse, desta forma surge Eva, penso que Adão ao
vê-la ficou sem palavras, deveria ser uma mulher linda,
como todas as mulheres que nosso Deus criou.
“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e
se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só
carne.”
Como todo casal em início de relacionamento,
os dois tiveram seus momentos felizes no Éden, um
lugar paradisíaco, com muita alimentação, belezas
naturais por todos os lados, até o momento que o
Diabo resolve se meter na vida deles através da
serpente, despertando em Eva a curiosidade de provar
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal,
a única que Deus ordenou que não tocassem,
levando-a a desobedecer as ordens de Deus, e tendo
a situação agravada pelo fato de Adão em vez de
repreender Eva por seu ato de desobediência também
decide provar do mesmo.
Jamais saberemos de fato o que passou na
mente daquele homem, talvez tenha sido
carinhosamente seduzido por sua esposa, afinal de
contas elas são habilidosas em persuasão quando
realmente desejam algo ou de fato Adão teve o seu
momento de fraqueza.
Adão poderia ter se recusado a comer do fruto,
possivelmente somente Eva seria advertida por Deus e
depois restaurada, mas nada aconteceu de forma
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diferente de como o texto Bíblico revela.
Da mesma forma como o Diabo usou a serpente
para persuadir Eva, ele também usa várias pessoas
fora do casamento para separar o casal, quando surge
um desentendimento, e o casal compartilha o que
ocorreu com familiares, geralmente mães, pais, irmãos
e alguns amigos mais chegados, estas pessoas,
raramente ouvem os dois lados dos fatos, a tendência
é que se simpatizem com você, pois gostam de você e
não querem vê-lo sofrer.
Invés de buscar uma forma de unir o casal,
acreditando que um faz o outro feliz, os conselhos
diabólicos começam:
“Você precisa se separar deste homem, ele não
te merece!”
“Você será uma tola se voltar para ele!”
“Amigo, coloca a fila para andar, esta mulher só
te faz mal!”
“Se ela te amasse de verdade, você não sofreria
assim!”
E por aí segue os diversos conselhos que
acredito que você já recebeu alguns como pode ter
dado outros. Existe um ditado que diz:
“Briga de marido e mulher, ninguém mete a
colher” eu penso que se você desejar se meter, que
seja para o bem.
Ore por eles, procure aconselhá-los, ouvir um
ao outro e se possível, se perdoarem e seguir suas
vidas juntos.
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O desfecho do momento dramático ou porque
não dizer fatídico nas vidas de Adão e Eva, afetou de
forma direta toda humanidade, pois, depois de serem
expulsos do Jardim do Éden, surgiram os primeiros
desafios do casal. Desafios estes que todos os que
decidem viver o resto de seus dias com outra pessoa
precisa enfrentar.
Sobre os ombros de Adão, estava a
responsabilidade de prover o alimento, que até então
estava disponível a qualquer momento no jardim, ele
teria que plantar, cuidar e colher, com o suor de seu
rosto e trabalho duro, deveria colocar o alimento na
mesa.
Hoje não é muito diferente, nós homens
precisamos ter este mesmo compromisso. Vejamos o
que Deus disse a Adão no texto abaixo:
E ao homem declarou:
"Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu
do fruto da árvore da qual ordenei a você que não
comesse, maldita é a terra por sua causa; com
sofrimento você se alimentará dela
todos os dias da sua vida.
Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá
que alimentar-se das plantas do campo.
Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão,
até que volte à terra, visto que dela foi tirado;
porque você é pó, e ao pó voltará". Gn 3:17-19
De todas as coisas que Deus havia criado, foi
Adão que os batizou nomeando-as como conhecemos
hoje, inclusive o nome de sua esposa foi escolhido por
ele, conforme o texto de Gn 3:20
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“Adão deu à sua mulher o nome de Eva, pois
ela seria mãe de toda a humanidade.”
Como Adão se tornou o provedor da casa, Eva
teria como consequência de seu erro, o aumento
significativo das dores do parto:
À mulher, ele declarou:
“Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na
gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos.
Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará”.
Gn 3:16
Podemos ver com estes textos o amor de Deus
para com o homem, Sendo Deus o criador de tudo,
poderia ter posto um fim na vida dos dois da mesma
forma que havia criado, mas Ele amou a família,
preservou-os e deu novas diretrizes para que a partir
de então, na caminhada um pouco mais árdua do
casal e posteriormente com a chegada dos filhos e as
muitas tarefas do dia a dia, eles pudessem manter a
unidade familiar.
Não posso quantificar ou ainda menos imaginar
o que uma mulher passa no trabalho de parto, sentido
fortes dores para trazer um filho ao mundo, mas deve
ser algo extremamente sofrível.
As primeiras e principais diretrizes da
humanidade foram estabelecidas pelo próprio Deus,
sobre as responsabilidades de cada membro, o
homem trabalharia e a mulher exerceria a
maternidade.
Hoje, no século XXI temos visto situações
23
berrantes, pessoas desejando inverter os papéis e
exigindo que a sociedade aceite como normal,
constituir uma família, fora dos padrões divinos.
Precisamos compreender que tudo que começa
errado, terminará pior ainda.
Passado o momento do primeiro casal, algumas
centenas de anos depois, Deus foi um pouco além, e
quando mencionamos sobre família, surge no contexto
histórico e Bíblico um novo exemplo, Ele chama Abrão
para uma missão. Sair de sua casa, sua terra e partir
para um lugar que ainda seria revelado, ao contrário
do primeiro casal, e devido a sua obediência, Deus lhe
fez uma promessa e lhe disse que a partir de sua
família, todas as outras seriam abençoadas, pois
quando ouvimos e obedecemos ao seu comando,
temos todas as possibilidades de ser bemaventurados.
Abrão, que devido a sua conduta com Deus
teve seu nome mudado para Abraão, assim como os
demais homens, tinha virtudes e possivelmente alguns
pequenos problemas mal resolvidos, mas buscava
seguir uma vida de retidão e compromisso com Deus,
para sua família e para as pessoas a sua volta.
Cometeu alguns tropeços, naturais de um ser humano,
mas nada que o impediu de ser conhecido como
amigo de Deus.
“E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão
em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi
chamado amigo de Deus". Tiago 2:23
Como tem sido o convívio em sua família? Está
difícil? O casamento está atravessando por
dificuldades?
24
Os filhos não te ouvem mais? E o que você tem
feito para mudar este quadro?
Para que possamos ver uma transformação no
cenário que estamos vivenciando dentro de nosso lar,
o primeiro passo precisa ser seu, isso mesmo. Você
precisa buscar a mudança em sua vida, a partir deste
momento, as pessoas dentro de sua casa e até
mesmo a sua volta perceberão esta mudança, mesmo
que discretas, elas somarão forças com você.
Não espere que os problemas familiares
alcancem níveis altos de estresse, chegando ao ponto
de ruir completamente como um prédio abalado por
um grande terremoto, procure “vacinar” sua família
contra os possíveis ataques que ela está sujeita.
Com base nas escrituras buscamos formas de
entender qual o papel do indivíduo dentro do coletivo,
como ele pode influenciar positivamente as pessoas
ao seu redor, fortalecendo o grupo e sendo um agente
de motivação para seu cônjuge e seus filhos, ser um
agente motivador para as famílias a sua volta, para
que elas possam ver a ação de Deus em suas famílias
assim como é na sua.
Ao longo dos trechos das sagradas escrituras
observamos vários conselhos dados por Deus ao
homem para que ele possa viver bem e realizado, de
forma que sua descendência possa dar continuidade e
usufruir de um relacionamento saudável tanto dentro
de seu lar como na sociedade a qual está diretamente
inserido, sendo um influenciador positivo para o
crescimento e edificação da família.
25
Seja um agente motivador em seu trabalho,
procure chegar sempre no horário para o início do
expediente, seja prestativo, não reclame jamais de seu
emprego e patrão, produza com alegria e você será
recompensado de forma justa, não somente por seu
empregador, mas por Deus que está vendo suas
atitudes diariamente.
Seja um agente motivador para que as pessoas
que convivem com você, possam ser testemunhas de
sua criação familiar, que possa ser notada e até
mesmo servir de referência por outras famílias que
possam precisar de uma direção, pois quando
fazemos parte de uma família influente e funcional
sentimos honra de fazer parte dela, mas quando nossa
família não é tão influente assim? Em muitos
momentos nos sentimos até mesmos envergonhados.
A grande verdade é que sua família é sim, muito
importante na sociedade onde esta inserida, para seus
amigos, parentes, vizinhos e para muitas pessoas a
sua volta.
Não é o sobrenome da sua família que define
quem você é ou venha a se tornar, mas a conduta dela
e a sua, pois temos visto ao longo da história, famílias
com nomes importantes no cenário político-social
sendo devastadas por ações inconsequentes e
vexatórias e temos visto que as suas ações têm
promovido contra a sociedade e contra a própria
família, expondo e envergonhando não somente os
demais membros que a compõe atualmente, mas
desonrando os seus ancestrais e tudo pelo que eles
lutaram para realizar para que a mesma fosse
reconhecida por seu valor.
26
Sua família é importante, pois Deus a criou,
você é o sacerdote da casa, cuide bem dela e você
verá que a maior recompensa virá através de seus
filhos e o cumprimento das promessas de Deus sobre
sua casa.
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa
que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são
os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem
que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado
quando enfrentar seus inimigos no tribunal.” (Salmos
127:3-5)
27
CAPÍTULO 2
Critérios Sistêmicos para a Escolha
Conjugal
No mundo hodierno | constatamos uma |
multiplicidade de configurações familiares que vão se delineando à medida que a família vivencia as |
|
transformações | psico-sócio-político-econômico |
culturais.
Estas mudanças levam os seus membros a
experimentarem processos transacionais de
adaptação e acomodação às novas situações na qual
não teríamos condições de decidir quem seria a
pessoa certa para se casar, mas, a convivência e as
adaptações gerarão a resposta.
Compreendendo que relacionamento é algo
inerente do ser humano, mas quando este é submetido
a convivência conjugal nota-se as dificuldades de
adaptação por conta das diferenças na educação
recebida.
Forma de tratamento com os demais parentes
do cônjuge supondo não aceitar interferências,
descobertas das manias do(a) parceiro(a), as
dificuldades de entendimento num diálogo, imaturidade
para resolver conflitos, incapacidade de domínio das
próprias emoções.
O tema seria motivado pelo número crescente
de divórcios em pessoas casadas com menos de
29
2 anos e também casamentos com mais tempo,
porém, desgastados por estes itens citados.
A ideia é propor um número maior de ações,
seja em instituições religiosas ou não, promovendo
cursos, reuniões, encontros que abordem os jovens
namorando, qualificando-os na importância deste
assunto.
A proposta apresentada visa uma solução na
forma de subtrair a estatística elevada de divórcios
dados por este assunto abordado.
Se você identifica comportamentos que
demostram uma incapacidade de auto-controle, estes
comportamentos podem ser trabalhados antes do
casamento, aprendendo a administrá-los ou até
mesmo rompendo com a relação antes de construírem
um casamento.
Facilitar o entendimento neste assunto é algo
importante, porém na fase de noivado as
preocupações se voltam para compra da casa, gastos
com festa, itens domésticos, etc....
Identificando de forma simples e objetiva
possíveis questões que seriam problemáticas numa
futura relação conjugal, sendo identificadas e tratadas
no período do namoro haveremos casamentos mais
alicerçados, para que isto ocorra é preciso promover
recursos de prevenção matrimonial.
30
Critérios sistêmicos na escolha conjugal
Tecendo um entendimento da importância que se deve
ter na escolha do cônjuge e a forma criteriosa como
ela deve ser feita podemos afirmar que as escolhas
poderão trazer consequências sobre o fato de se
ignorar sinais de perigo segundo um autor conceituado
em aconselhamento cristão.
Apesar de sua importância, raramente a escolha
do cônjuge é feita de maneira cuidadosa, objetiva e
racional. Quando as pessoas se apaixonam, elas
costumam fazer vista grossa para as falhas um do
outro, ignora os sinais de perigo e desprezar o
conselho de pessoas mais objetivas. Salvos poucas
exceções, as pessoas só procuram aconselhamento
depois que já se tem alguém em vista, e a maioria não
procura nunca. COLLINS, 1985, pg 451.
Não há uma preocupação por parte das
pessoas em passar tempo de relacionamento com a
família de origem do futuro cônjuge e sua importância
como afirma CIRIBELLI, (2014, pg 50) “a importância
de você pensar sobre o modelo de sua família de
origem e o da pessoa com a qual vai se casar é
fundamental para você entender o comportamento de
cada um diante de situações que vocês vivenciarão”.
Identificar o quanto esta pessoa tem
autoconhecimento de suas vontades, desejos,
necessidades e emoções é fundamental, pois elas
terão influência direta no comportamento deste
indivíduo, ressalta ANTON, (2012, pgs 18,19) “
31
O homem é autor de sua própria história. É
preciso levar em conta, porém, que ele vai se
encaminhar de acordo com uma grande bagagem de
motivos inconscientes, cuja influência é sumamente
poderosa”.
Durante o desdobramento do namoro é
fundamental pautarem entre si as diferenças
percebidas sobre suas necessidades e carências e, se
elas estão sendo supridas algumas destas
necessidades são citadas por GRAY (1995, pg 90)
destacando que “os homens precisam principalmente
de confiança, aceitação, apreço, admiração,
aprovação e encorajamento. As mulheres precisam de
carinho, compreensão, respeito, devoção, validação e
reafirmação”.
Outro ponto a ser destacado e como lidam com
os hábitos e manias, cada um tem um jeito de arrumar,
organizar, resolver e como estas diferenças geram
conflitos em ambos como ignoram ou tentam resolver,
são pequenos detalhes no namoro, mais que em um
casamento convivendo diariamente vai desgastando a
relação. “O importante é que cada casal encontre a
sua forma criativa de lidar com as diferenças. O que
funciona para um não funcionará necessariamente
para outro; o essencial é buscarem a sua solução
criativa” (CIRIBELLI, 2014, pg 112).
É importante também analisar as motivações
para o casamento, quando este seria por uma tentativa
de fuga, nenhuma das citações feitas são
significativas.
32
Indicadores do divórcio prematuro
Ao casar-se a convivência diária é estabelecida
determinando ao casal a mutualidade para a
sobrevivência nos ajustes domésticos e no cuidado um
para com o outro. Compreende-se o primeiro ano
como período de adaptação e é neste período onde se
concentra a periculosidade.
“Existe aquela mãe que vê no crescimento, do filho
uma perda intolerável. Ela cria dificuldades especiais,
tentando impedir o rompimento da relação simbiótica”
(ANTON, 2012, pg 278).
Este tipo de situação produz desentendimentos e
constante brigas entre o casal, pois em vários
momentos a interferência materna na sua tentativa de
ajudar gera provocação sobre o cônjuge como que se
ele não fosse capaz de cuidar de sua “cria”.
A nova família constituída precisa reconhecer esta
formação e, os compromissos que os envolvem como
diálogos para promover entendimentos no que precisa
ser resolvido, nortear direcionamentos, expressar suas
ideias, desejos e incômodos, pois escassez do diálogo
na relação não revela o que um espera do outro,
levando cada um a ter sua própria conclusão sobre o
que pensa.
“É preciso aceitar a complexidade da comunicação
como parte do dia a dia do casal’’.... “o casamento
pressupõe conhecimento um do outro, o que só é
possível por meio do diálogo contínuo” (CIRIBELLI,
2014, pg 35-36).
33
“Uma convivência, a dois implica em simpatia, em
ouvir com a intenção de entender o que o outro
cônjuge pensa, sente e deseja”
A maturidade emocional é também um fator
relevante na administração circunstancial dos
confrontos no dia a dia do casal. “o conflito ou
dissenso é fenômeno inerente às relações humanas. É
fruto de percepções e posições divergentes quanto a
fatos e condutas que envolvem expectativas, valores
ou interesses comuns” (VASCONCELOS, 2008, pg
19). Sob essa ótica é possível pensar que o casal
saiba negociar o que é melhor para família sem impor
sua vontade, evitando assim a formação de uma
imagem de ditador, já que estão no período de
construção familiar. CIRIBELLI (2014, pg 115)
menciona que “ a maturidade do casal torna-se visível
na disposição de se sujeitarem um ao outro. Nesta
decisão não há anulação e sim elevação.
A sensação que aparentemente tudo está bem
começa a decompor-se no que a convivência se torna
impossível quando percebem a falta de afinidade.
Antes faziam para agradar, mas com o casamento
consolidado não conseguem sustentar aparentemente
o que não o são.
Uma relativa harmonia entre valores e objetivos
dos parceiros é necessária. É verdade que os opostos
se atraem numa busca inconsciente de equilíbrio ou de
realização por complementariedade. Mas também é
verdade que os opostos tornam a relação penosa e
desgastante, quando um passa a rejeitar o que, para o
34
outro é motivo de alegria; quando as diferenças
produzem inveja, temor de perda e quando há
tentativas permanentes de cerceamento ou de reforma
geral do par (ANTON 2012, pg 41).
Proposta de ações na tentativa de evitar o divórcio
Propor conteúdos que possam ser praticados na
tentativa de evitar-se um divórcio é sempre
relevante, compreendendo que o divórcio é algo
que gera muitas perdas como: nome, cônjuge,
amigos em comum, relações familiares, etc...
Analisar as mudanças no cotidiano e um meio
que norteará o desenvolvimento da relação como
cada indivíduo está sendo afetado neste processo
de mudança já que elas fazem parte da nossa
rotina, pois o ser humano está em constante
processo de mudança.
35